Proposta da Anatel de padronizar entrada de carregadores é inimiga da inovação
30 de junho de 2022Proposta da Anatel de padronizar entrada de carregadores é inimiga da inovação
Brasília, BR – A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) divulgou nesta terça-feira (28) uma proposta para padronizar a entrada de carregadores nos celulares. Com base em projeto da União Europeia, a agência brasileira pretende exigir a porta USB tipo C como padrão para todos os conectores de celular e carregador no país.
Em resposta, Fabio Fernandes, diretor de comunicação do Consumer Choice Center, disse que um carregador comum imposto pela Anatel, seguindo o modelo da UE, prejudica a inovação, restringe a concorrência e acaba prejudicando os consumidores.
“A concorrência é o maior impulsionador da inovação e do progresso. Todos nós temos preferências diferentes e, na maioria das vezes, cada um de nós tem uma empresa de eletrônicos de consumo favorita, seja Apple, Samsung, ou Google. Compelidas a competir, as empresas têm incentivos para continuar melhorando seus produtos e oferecendo mais opções. Os carregadores padronizados sugeridos pela Anatel infringiriam nesse espírito empreendedor”, disse Fernandes.
“Quando a proposta foi ouvida pela primeira vez no Parlamento Europeu em 2009, a escolha preferida de carregador era micro USB, e agora é USB-C. O mercado em contrapartida já está preferindo os carregadores modelo wireless (sem fio), o que torna evidente que o mercado está muito à frente das agências reguladoras. A obrigatoriedade desse padrão em 2022 necessariamente impedirá os consumidores de terem acesso à inovações futuras que acabarão sendo mais eficientes e desejáveis”, disse Fernandes.
“Nós, do Consumer Choice Center, compartilhamos da visão da Anatel de tornar a vida dos consumidores mais conveniente e próspera. No entanto, a obrigação de adotar um carregador universal irá infligir em custos adicionais às empresas de tecnologia durante o período de transição. No final, quem vai pagar a conta será o consumidor”, continuou Fernandes.
“A Anatel não deve ser o órgão que decide quais tecnologias os consumidores devem usar. Em vez disso, o Brasil deveria adotar a neutralidade tecnológica para preservar a inovação e a escolha do consumidor”, concluiu Fernandes.
*** O Diretor de Comunicações do CCC pode ser contatado para comentários através do email fabio@consumerchoicecenter.org***
Consumer Choice Center