Prosopagnosia: Condição de Brad Pitt dificulta a identificação de pessoas
11 de julho de 2022A doença que acomete o ator Brad Pitt pode ser socialmente incapacitante e impedir o indivíduo de reconhecer o próprio rosto.
Parece ironia, mas um dos homens mais bonitos da história pode não reconhecer o próprio rosto, explico: A prosopagnosia ganhou destaque após as declarações do ator Brad Pitt de que seria portador da doença, ele alega buscar o diagnóstico desde 2013 e que a condição gera constrangimento e transtornos que o fizeram se isolar.
Também conhecida como “cegueira facial” ou “agnosia facial”, a prosopagnosia é uma doença que afeta a percepção de estímulos visuais do indivíduo e prejudica a identificação de rostos, mesmo de pessoas do convívio do paciente, em casos mais graves o paciente não consegue distinguir um rosto de um objeto, por exemplo.
A condição ainda possui muitos pontos em aberto o que dificulta uma série de medidas para o tratamento da doença, atualmente, seu tratamento se baseia apenas em estratégias compensatórias, no desenvolvimento de outros meios para reconhecer os indivíduos, como voz, roupas e outros atributos físicos, entretanto, essas técnicas não são tão eficazes quanto reconhecer um rosto.
Acredita-se que a condição resulte de anormalidades, danos ou deficiências no giro fusiforme direito, uma dobra no cérebro que parece coordenar os sistemas neurais que controlam a percepção facial e a memória.
A prosopagnosia não gera prejuízos cognitivos como perda ou alterações da memória ou déficit no aprendizado, no entanto, pode resultar de doenças neurodegenerativas, lesões cerebrais e até Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Nota-se com frequência algum grau de prosopagnosia em crianças com autismo e síndrome de Asperger, podendo ser um fator que colabora para as dificuldades de desenvolvimento social desses pacientes.
A prosopagnosia congênita parece ocorrer em famílias, o que torna provável que seja o resultado de uma mutação ou exclusão genética, mas em alguns casos é um distúrbio congênito, presente ao nascimento na ausência de qualquer dano cerebral.
A doença gera muitos transtornos a seus portadores e pode ser socialmente incapacitante, dificultando o reconhecimento de amigos e familiares, quando ocorre em crianças, muitas vezes elas já nascem com a deficiência e nunca tiveram um momento sequer em que pudessem reconhecer rostos.
Atualmente a doença é bastante negligenciada o que resulta em poucos estudo sobre a condição e situações que dificultam o reconhecimento de feições, para colaborar com os conhecimentos sobre a capacidade do cérebro de reconhecer rostos estou realizando um estudo que avaliará a razão de brasileiros de grandes cidades reconhecerem menos rostos que europeus de cidades pequenas.
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Sobre Dr. Fabiano de Abreu
Dr. Fabiano de Abreu Agrela, é um PhD em neurociências, mestre em psicologia, licenciado em biologia e história; também tecnólogo em antropologia com várias formações nacionais e internacionais em neurociências. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat – La Red de Investigadores Latino-americanos, do comitê científico da Ciência Latina, da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo nos Estados Unidos e professor nas universidades; de medicina da UDABOL na Bolívia, Escuela Europea de Negócios na Espanha, FABIC do Brasil, investigador cientista na Universidad Santander de México e membro-sócio da APBE – Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva.
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