Prótese de baixo custo: engenheiro desenvolve mão biônica impressa em 3D, com fibra de carbono

26 de julho de 2022 Off Por Ray Santos
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Testes do projeto que visa atender pessoas de baixa renda já foram iniciados

Foto: Google/Passo Firme

Acessibilidade é a possibilidade e a condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos transportes e dos sistemas e meios de comunicação, por pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida.

Essa definição está presente no estatuto dos Direitos das Pessoas com Deficiência, mas nem sempre está ao alcance dessa parcela da população, que, atualmente, corresponde à cerca de 24% de brasileiros.

Garantir acessibilidade e autonomia é um dos objetivos do projeto liderado pelo engenheiro mecânico Thiago Lopes Quevedo que, em parceria com mais pesquisadores, desenvolveu próteses de mão biônica com custo mais baixo para atender e proporcionar bem-estar a pessoas com deficiência que não têm acesso a próteses convencionais pelo alto investimento demandado.

“As próteses de alta tecnologia que chegam ao Brasil possuem um valor médio entre 50 e 100 mil dólares, que são exorbitantes, quando temos em mente que o rendimento domiciliar per capita brasileiro é de R$ 1.373,00, segundo o próprio IBGE, no ano de 2018. Além dos valores elevados, ainda temos um longo período, em que os pacientes precisam estar em centros especializados, realizando treinamentos e adaptações nas próteses de alta tecnologia. Outro dado importante é uma estimativa de que 70% dos pacientes que possuem próteses de alta tecnologia acabam deixando os dispositivos de lado, porque a adaptação não é fácil, segundo aponta um estudo desenvolvido em 2004 pela Escola Politécnica da USP”, destaca Quevedo.

Natural de Campo Grande — MS, Thiago cursou graduação em Engenharia Mecânica na Faculdade Anhanguera da Capital, momento da sua vida profissional em que iniciou o desenvolvimento de soluções e produtos relacionados à modelagem, simulações e manufatura.

Já no doutorado, na Universidade Federal do Paraná (UFPR), Thiago criou o projeto de desenvolvimento das mãos biônicas modeladas em 3D.

Em maio deste ano, deu início à primeira fase de testes com o voluntário Leonardo Borges Ladislau, realizando a medição do sinal mioelétrico.

O processo consistiu na captação da tensão mioelétrica gerada pela contração muscular do membro residual, o sinal é direcionado a um microcontrolador que por meio de um algoritmo desenvolvido especialmente para o projeto executa os comandos da prótese de mão.

Nesse segundo semestre será fundamentada a fase prática que consiste na operação da prótese por meio de testes mecânicos.

“Esse processo reacendeu meu desejo de ter uma prótese e a primeira fase foi muito positiva, já que atingimos o objetivo de testar a minha sensibilidade. Eu não tinha condições financeiras e esperança, mas agora estou muito confiante e aguardando, feliz, a próxima etapa”, destaca Leonardo.

Pedro Ivo, coordenador do curso de Engenharia da Anhanguera Campo Grande, comenta a importância do curso para o desenvolvimento de tais projetos. “A engenharia está intrinsicamente ligada ao progresso da sociedade em suas diferentes esferas.

É um mecanismo de inovação que permite que o teórico seja transformado em prático e, para onde olhamos, vemos a engenharia mesmo que de forma implícita.

Isso é o que o curso de Engenharia da Anhanguera possibilita aos seus alunos quando fornece conteúdo que serve de ferramenta para que projetos como esse sejam desenvolvidos”.

Thiago explica que atender as pessoas de baixa renda é um dos principais motivos para a idealização do projeto.

“Eu acredito que quando possuímos ao menos o mínimo de conhecimento, especialmente quando utilizamos recursos públicos, a retribuição para a sociedade deve ser algo natural. Assim, desenvolver uma prótese biônica economicamente acessível e possibilitar a melhoria da qualidade de vida do próximo tornou-se um combustível para desenvolver o projeto”, explica.

Em parceria com outros pesquisadores, o projeto foi idealizado no Programa de Pós-Graduação de Engenharia Mecânica da UFPR.

“Esse desejo de contribuir com o desenvolvimento da prótese biônica tem raízes mais profundas, pois faz parte de minha tese de doutorado, no Paraná, na qual posso contar com a orientação do professor Dr. Jucélio Tomás Pereira (UFPR) e a coorientação do Dr. Aparecido Augusto de Carvalho, da Universidade Estadual Paulista (Unesp)”, acrescenta Thiago.

A prótese tornou-se um produto comercial viável a partir do suporte financeiro do Programa Centelha, que junto ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação (MCTIC), FINEP, CNPq, Governo do Estado de Mato Grosso do Sul e FUNDECT, que disponibilizaram recurso fundamental para o desenvolvimento de todo o projeto.

Sobre a Anhanguera 

Fundada em 1994, a Anhanguera já transformou a vida de mais de um milhão de alunos, oferecendo educação de qualidade e conteúdo compatível com o mercado de trabalho em seus cursos de graduação, pós-graduação e extensão, presenciais ou a distância.

Presente em todos os estados brasileiros, a Anhanguera presta inúmeros serviços à população por meio das Clínicas-Escola na área de Saúde e Núcleos de Práticas Jurídicas, locais em que os acadêmicos desenvolvem os estudos práticos.

Focada na excelência da integração entre ensino, pesquisa e extensão, a Anhanguera oferece formação de qualidade e tem em seu DNA a preocupação em compartilhar o conhecimento com a sociedade também por meio de projetos e ações sociais.

Em 2014, a instituição passou a integrar a Kroton.

Sobre a Kroton 

A Kroton nasceu com a missão de transformar a vida das pessoas por meio da educação, compartilhando o conhecimento que forma cidadãos e gera oportunidades no mercado de trabalho.

Parte da holding Cogna Educação, uma companhia brasileira de capital aberto dentre as principais organizações educacionais do mundo, a Kroton leva educação de qualidade a mais de 1 milhão de estudantes do ensino superior em todo o País.

Presente em 1.672 municípios, a instituição conta com 124 unidades próprias, sob as marcas Anhanguera, Pitágoras, Unic, Uniderp, Unime e Unopar e é, há mais de 20 anos, pioneira no ensino à distância no Brasil.

A Kroton possui a maior operação de polos de EAD no país, com 2.517 unidades, e oferece no ambiente digital 100% dos cursos existentes na modalidade presencial.

Com a transmissão de mais de 1.000 horas de aulas a cada mês em ambientes virtuais, a Kroton trabalha para oferecer sempre a melhor experiência aos alunos, apoiando sua jornada de formação profissional para que possam alcançar seus objetivos e sonhos.

Camila Crepaldi

Ideal H+K Strategies

camila.crepaldi@idealhks.com 

(11) 99577-9020


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