PT e Foro de São Paulo assinam resolução reconhecendo eleição de Maduro
21 de outubro de 2024O partido do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, assinou resolução, juntamente com o Foro de São Paulo, reconhecendo a vitória de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais da Venezuela.
Segundo a secretaria internacional do PCdoB e representante do partido no Foro de São Paulo, “Não existem provas que Maduro perdeu a eleição. A adesão à oposição na Venezuela é menor do que o apoio popular ao chavismo”.
Destaca-se que o Partido dos Trabalhadores, através de sua Executiva Nacional, logo após as eleições presidenciais na Venezuela, já havia reconhecido como legítima a vitória de Maduro, dizendo ter sido uma “jornada pacífica, democrática e soberana” e que Maduro estava eleito.
“O Partido não divulgou a resolução pró-Maduro por temer repercussões negativas nas eleições municipais”, segundo fontes, conforme exposto na reportagem veiculada no site da CNN Brasil (16/10/24).
Lula, por sua vez, ao contrário de todas as grandes democracia do mundo, que se manifestaram contrário a ditadura e as eleições do país vizinho, após um longo e tenebroso silêncio a respeito do tema, se manifestou em entrevista à Globo News (16/08/2024), com as seguintes falas;
– “O problema da Venezuela será resolvido pela Venezuela. A oposição falou: eu ganhei as eleições, o Maduro falou, eu ganhei as eleições. O que estou pedindo, para poder reconhecer, quero saber se foi verdade os números; cadê a ata, cadê as aferições das urnas?”
Quando indagado se a Venezuela é uma ditadura, respondeu:
– “Não, não acho que é uma ditadura, é diferente de uma ditadura. É um governo com viés autoritário, mas não é uma ditadura….”
Ao que tudo deixa transparecer, Lula tem dificuldades de se posicionar contra governos ditatoriais que sejam seus aliados, simpatizantes e de esquerda. O partido, por sua vez, toma atitudes (sem divulgá-las) com receio de desagradar seu eleitorado.
Vale lembrar que sua coligação, quando candidato à Presidência, acionou o TSE para retirar do ar uma matéria de conteúdo jornalístico do site Gazeta do Povo que explicava a relação de Lula com o Ditador da Nicarágua, Daniel Ortega.
O pleito foi atendido à época pelo Tribunal Superior Eleitoral, proibindo as plataformas digitais, postagens que ligavam Lula, então candidato à Presidência, ao Presidente da Nicarágua, em nome de combater a fake news.
O risco de censores da liberdade de expressão, com desculpas de discurso de ódio, fake news, entre outros, é que a realidade não seja revelada e alcançada aos cidadãos.
Amanhã, em novas eleições, se demonstrarem que o atual Governo apoia a ditadura de Maduro, vão dizer que é fake news, correndo o risco de proibirem postagens do gênero, certo que “Lula não enxerga o Governo Venezuelano como ditadura, apenas com um viés autoritário”.
Tenho dito!!!
Bady Curi Neto, advogado fundador do Escritório Bady Curi Advocacia Empresarial, ex-juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) e professor universitário