Reconstrução mamária recupera autoestima de mulheres em tratamento com câncer no SUS

Reconstrução mamária recupera autoestima de mulheres em tratamento com câncer no SUS

25 de outubro de 2023 Off Por Marco Murilo Oliveira
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Equipes de mastologia e cirurgia plástica do Hospital das Clínicas da UFMG/Ebserh trabalham em conjunto para resgatar a identidade feminina e autoconfiança das pacientes

No mês de conscientização sobre o câncer de mama, o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, da rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (UFMG/Ebserh), reforça a importância de detectar a doença nas fases iniciais, o que aumenta as chances de tratamento e cura. A instituição é referência no Sistema Único de Saúde (SUS) na assistência ao paciente com esse tipo de câncer e um dos poucos centros que oferecem atendimento completo e multiprofissional.

A dona de casa Sara Freitas, 54 anos, é uma das pacientes que venceu a batalha contra o câncer de mama descoberto em 1996. Na época, ela foi submetida a uma mastectomia total do seio esquerdo como parte do tratamento. Ainda não havia lei que garantisse a reconstrução mamária. “Fiquei alguns anos sem meu o seio esquerdo. Era muito constrangedor para mim, abalou muito minha autoestima e a minha feminilidade. Eu colocava espuma no sutiã para encher”, lembra. Foi com muito esforço que ela conseguiu, anos depois, por meio do SUS, o direito à cirurgia reparadora, que foi realizada no HC-UFMG.

Segundo explica a cirurgiã Clarissa Leite Turrer, coordenadora do Ambulatório Multiprofissional de Câncer de Mama, a cirurgia plástica reparadora é um direito da mulher e parte do tratamento desde 24 de abril de 2013, quando foi instituída a Lei da Reconstrução Mamária. Ela prevê a cirurgia plástica imediatamente após a retirada total ou parcial da mama devido ao câncer se houver condições clínicas ou assim que a paciente apresentar os requisitos necessários.

“No HC-UFMG, que é um hospital de média e alta complexidade, a maior parte dos casos de câncer de mama é cirúrgico e as pacientes precisam retirar parte ou toda a mama. Em ambos os casos, a cirurgia plástica reconstrutora é parte do tratamento. Essa conduta traz enorme benefício para a paciente, que pode dar continuidade ao tratamento oncológico (radioterapia e/ou quimioterapia) sem a mutilação decorrente da mastectomia”, explicou.

A cirurgia, quando realizada logo no início do tratamento, promove não só a simetrização das mamas, mas também o resgate da autoestima da mulher, por se tratar – o seio – de um símbolo importante da feminilidade. “A cirurgia para remoção de um tumor na mama pode deixar sequelas que afetam a imagem corporal de muitas mulheres. É raro uma paciente que fica bem após a mastectomia. Por isso, a abordagem da cirurgia plástica neste momento é fundamental para o resgate da feminilidade e da segurança para a mulher, que fica mais confiante no tratamento, pois percebe o cuidado dos profissionais e da instituição””, afirmou a cirurgiã plástica.

A cirurgia

A paciente, na maioria das vezes, passa apenas por um procedimento cirúrgico. As equipes de mastologia e cirurgia plástica trabalham simultaneamente, retirando o tumor e logo em seguida reconstruindo a mama. “Dessa forma, reduz-se o número de internações hospitalares, a permanência no hospital e os riscos inerentes a qualquer cirurgia”, explicou Clarissa.

A reconstrução nem sempre necessita próteses, que são usadas apenas em paciente submetidas à mastectomia total. Os casos são analisados individualmente. “A paciente participa de todo o planejamento terapêutico, que é feito em conjunto pela mastologia, cirurgia plástica, paciente e familiares”, enfatizou a profissional.

Serviço

O Hospital das Clínicas da UFMG/Ebserh realiza o atendimento completo de pacientes com câncer de mama, do diagnóstico ao pós-operatório. São, em média, 2 mil consultas por ano. A equipe é multiprofissional, composta por mastologistas, cirurgiões plásticos, enfermeiros, psicólogos e fisioterapeutas. O acesso ao serviço é regulado pela Secretaria Municipal de Saúde, ou seja, as pacientes atendidas na instituição precisam de encaminhamento médico. Para isso, é preciso procurar uma Unidade Básica de Saúde.

Sobre a Ebserh

O HC-UFMG faz parte da Rede Ebserh desde dezembro de 2023. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh)


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