RIEDEL GOVERNADOR: Vitória foi eleitoral e política, premiou gestão de Azambuja e consagrou democracia

3 de novembro de 2022 Off Por Ray Santos
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Adriane Lopes, Tereza Cristina, Lídio Lopes, lideranças municipais e militância petista entre os fatores

Por REDAÇÃO 31/10/22 às 23H01 atualizado em 31/10/22 às 23H35

Esse é Eduardo Riedel, eleito governador de Mato Grosso do Sul. Foto: Saul Schramm

O resultado das eleições para o governo de Mato Grosso do Sul não chegou a ser uma surpresa. O único ponto de questionamento da lógica das pesquisas foi a exclusão de um dos favoritos para avançar ao 2º turno, o ex-governador André Puccinelli (MDB), e a escalada do candidato que não aparecia entre os finalistas, o Capitão Contar (PRTB).

Ao final da apuração, Contar em 1º e Eduardo Riedel (PSDB) em 2º, delineava-se no horizonte das projeções a possibilidade de uma grande surpresa. Todavia, a lógica da política, e não da probabilidade matemática, não permitiu que nestas eleições o improvável desse a palavra definitiva.

Na 1ª rodada da sucessão estadual, Contar saiu na frente com 384.275 votos, contra 361.981 do ex-secretário de Governo e Infraestrutura Riedel. No 2º turno, o quadro se desenhava matematicamente favorável a Contar, que recebeu o apoio de três candidatos derrotados: André Puccinelli (MDB), que teve 247.093 votos; Rose Modesto (União Brasil), 178.599; e Marquinhos Trad (PSD), 124.795. No total, com os 550.487 votos do trio e os seus 384,2 mil, o concorrente do PRTB ficou com um universo de 934,7 mil eleitores, mais que suficiente para liquidar a disputa e preparar o terno.

Nesse jogo matemático e de probabilidades, restaria a Riedel duas expectativas de crescimento eleitoral, uma delas a de que os eleitores de Puccinelli, Rose e Marquinhos no primeiro turno não aderissem em massa a Contar. A outra expectativa seria atrair os eleitores de esquerda, cujo nome de ponta na disputa foi Giselle Marques, candidata a governadora pelo PT. Ela teve surpreendentes 135.556 votos.

Entretanto, o cenário da disputa já tinha uma terceira expectativa, que se configurou como elemento de peso decisivo para dar à corrida sucessória seu desenho final — a força política, eleitoral e social de apoiadores que desequilibraram o jogo em favor do tucano.

INFLUÊNCIAS

Se de um lado mostraram-se ineficazes as adesões de Puccinelli, Rose e Marquinhos — que não tiveram êxito na tentativa de empurrar maciçamente os seus eleitores no apoio a Riedel — de outro lado agigantaram-se as influências gerais e específicas do grupo de lideranças do palanque tucano. A mais importante dessas lideranças, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), encontrou nesta campanha o teste mais desafiador à sua popularidade. E foi aprovado com louvor.

No confronto final, ficou muito claro para a população que a escolha seria entre Contar e o candidato que representava o governo mais vitorioso dos estados brasileiros nos últimos anos. Era, dessa forma, uma disputa na qual a “briga” entre dois candidatos levava ao ringue o prestígio do governo e do governador que indicou para sucedê-lo o técnico que, sem alarde, tornou-se o grande cérebro da estratégia de gestão.

Ao fazer a comparação entre Contar e Riedel, o eleitor teria que, obrigatoriamente, analisar todo o conjunto de valores representados pelo tucano – e nessa análise não podem faltar, entre outros saldos, o desempenho de Riedel na elaboração de políticas e ações publicas para, por exemplo, assegurar a resistência do Estado à crise econômica mundial e nacional, retomar o desenvolvimento e dar respostas rápidas e eficazes na proteção popular contra os efeitos destrutivos da pandemia da Covid-19 na saúde, na economia e na inclusão.

É evidente que a engrenagem ganhou seus movimentos de vitória com outros impulsos. À presença prestigiada de Azambuja somaram-se a presença atuante da ex-ministra e senadora eleita Tereza Cristina (PP), o engajamento resoluto da prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, e seu marido, o deputado estadual Lídio Lopes, ambos do Patriota, a incrível dinâmica de mobilidade das lideranças municipais — estimuladas pelos resultados de um governo municipalista — e a chegada de um reforço extra e de significativo poder eleitoral: a militância petista.

Sob a liderança de Giselle Marques, do candidato ao Senado, Thiago Botelho, de dois deputados federais (o reeleito Vander Loubet e a jovem vereadora Camila Jara) e do ex-governador e deputado estadual Zeca do PT, o partido deu à vitória de Riedel uma cor importante na afirmação da capilaridade do candidato e do seu reconhecimento como liderança comprometida com a democracia e a modernidade, em um forte contraponto à visão estreita e ideologicamente segregadora de Contar.

MS Notícias


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