Rússia usa míssil hipersônico na Ucrânia como “aviso” ao Ocidente, diz Kremlin
22 de novembro de 2024Um ataque com míssil hipersônico na Ucrânia foi interpretado como uma mensagem direta ao Ocidente, afirmou nesta sexta-feira Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin. O uso da sofisticada arma, considerada uma das mais avançadas do arsenal russo, destaca as tensões crescentes na guerra e a escalada no discurso geopolítico entre a Rússia e os países aliados à Ucrânia.
Segundo Peskov, o míssil hipersônico foi empregado como um “aviso claro” às potências ocidentais que, de acordo com o Kremlin, continuam a intensificar seu apoio militar e financeiro a Kiev. “A escalada da assistência ao regime ucraniano coloca o Ocidente em rota de colisão com nossos interesses nacionais. O uso desta arma demonstra nossa capacidade de responder a qualquer ameaça”, disse o porta-voz em coletiva de imprensa.
Embora Peskov não tenha especificado o alvo do ataque, autoridades ucranianas confirmaram que a ação ocorreu em uma região estratégica no leste do país, causando graves danos a instalações militares e infraestrutura. O governo ucraniano condenou o uso do armamento, chamando-o de uma “demonstração irresponsável de força” que apenas aumenta o sofrimento humanitário.
Mísseis hipersônicos, como o Kinzhal, utilizado pela Rússia, são capazes de atingir velocidades superiores a Mach 5 (cinco vezes a velocidade do som) e possuem alta capacidade de manobra, tornando-os difíceis de interceptar. Essa tecnologia avançada tem sido vista como uma nova fronteira na corrida armamentista global, especialmente em meio às tensões geopolíticas crescentes.
Especialistas apontam que a declaração de Peskov reflete a intenção de Moscou de pressionar os países da OTAN a reconsiderarem sua postura na guerra. “A Rússia está deixando claro que possui os meios para infligir danos devastadores, não apenas à Ucrânia, mas a qualquer adversário”, afirmou Mark Galeotti, analista de segurança internacional.
A reação do Ocidente foi imediata. Líderes europeus e americanos condenaram o ataque e reafirmaram seu compromisso com a defesa da soberania ucraniana. “Esse ato de intimidação não nos dissuadirá de apoiar a Ucrânia”, declarou o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, em comunicado.
Enquanto isso, a situação no campo de batalha segue crítica, com a Ucrânia tentando reforçar suas defesas contra ataques que utilizam armamentos de última geração. O uso de mísseis hipersônicos marca mais um capítulo na escalada tecnológica do conflito, levantando questionamentos sobre os limites do apoio ocidental e os riscos de um confronto direto com a Rússia.
Marco Murilo Oliveira