Semana decisiva para aposentado na Argentina
9 de setembro de 2024Com forte pressão social e um clima de tensão no Congresso, governo e oposição se enfrentam em uma batalha decisiva sobre o veto presidencial à lei de mobilidade previdenciária.
Esta semana será crucial para o governo do presidente argentino Javier Milei e para a oposição. Em jogo, um tema muito sensível e que já fez outros presidentes perderem prestígio: a aposentadoria.
Na quarta-feira, dia 11, o Congresso da Argentina irá votar o veto de Milei à lei de mobilidade previdenciária. Essa lei, que foi aprovada recentemente, prevê um aumento de 8,1% nas aposentadorias e vincula o benefício mínimo à Cesta Básica. Além disso, ela também trata do pagamento de dívidas que o governo federal deve a 13 províncias argentinas. No entanto, o presidente Milei decidiu vetar a lei, gerando uma grande disputa política. O clima nos bastidores é de expectativa e muita articulação
A oposição precisa reunir 172 votos para derrubar o veto de Milei, enquanto o governo tenta garantir apoio suficiente para manter a decisão do presidente. A disputa é acirrada, voto a voto, e a oposição aposta na pressão social para mudar o jogo. Uma grande marcha está marcada para a quarta-feira, dia da votação, com o objetivo de pressionar os parlamentares e garantir que o veto seja rejeitado.
A pressão social é a moeda forte aqui na Argentina. As ruas e as mobilizações sempre tiveram muito peso e pode ser vista como uma panela de pressão. Afinal, aposentadoria é um tema bastante sensível. Nos bastidores, muitos avaliam e comentam que Mauricio Macri, que foi presidente da Argentina entre 2015 e 2019, começou a cair quando mexeu nas aposentadorias. A oposição aposta que a grande mobilização organizada para quarta-feira, com participação de organizações sociais e centrais sindicais, pode ser crucial para influenciar paramentares indecisos e derrubar o veto de Milei.
De Buenos Aires, na Argentina
Reportagem, Katia Maia