“Ser pai é sentir um pedaço do coração batendo fora do peito”, diz fisioterapeuta sobre processo de adoção de irmãozinho da esposa
11 de agosto de 2022Desfralde do pequeno foi a lembrança mais marcante na vida de Fagner, que acordava 22h, 2h e 4h
O amor é capaz de muitas proezas, inclusive o de unir caminhos inimagináveis ou o de concretizar sonhos antes do previsto, de forma espontânea e natural. O amor tem até o poder de fazer nascer um pai diante do inesperado, como por exemplo, um homem, que por esse mesmo sentimento, iniciou o processo de adoção do irmãozinho da esposa.
Essas circunstâncias não são por acaso, têm um por quê. O nome do protagonista deste enredo é Fagner Hiroshi Sato, de 33 anos. O fisioterapeuta hospitalar, do Hospital Unimed Campo Grande, conta que tudo começou quando conheceu sua esposa, Thayná Coimbra Sanches, 22 anos, técnica em enfermagem também do hospital Unimed CG, durante um plantão em um dos picos da pandemia.
“Nossa história iniciou em junho de 2020, quando começamos a namorar. Logo em seguida, em julho, minha sogra foi internada com Covid-19 e, infelizmente, faleceu”, relembra. De acordo com Fagner, no período de internação da sogra, o irmão de Thayná, Enzo, na época com apenas dois anos, ainda era amamentado. “Naquele período ele era bem novinho, ainda mamava. Com a morte da minha sogra a relação dele comigo começou a ser bem maior”.
Pouco tempo depois Fagner e Thayná estavam casados e nas conversas dos dois, o futuro era pautado a todo momento. “Eu brinco que nossa relação sempre foi muito intensa. Em pouco tempo já estávamos morando juntos e, nesse período, já conversávamos sobre o futuro da nossa relação. Ao falar de filhos, a vontade de ter um filho adotivo e depois um biológico era em comum”.
O que ambos não imaginavam é que muito em breve o desejo de um filho adotivo, que tanto conversavam a respeito, entraria em suas vidas tão naturalmente. Casados já há dois anos, hoje eles têm a guarda provisória de Enzo, que já está com cinco anos.
Durante esse tempo diversos momentos são colecionados por Fagner, mas, de longe, um deles é extremamente marcante. “De todas as lembranças, a primeira vez na cachoeira, a primeira vez no mar, com certeza a mais forte foi o desfralde dele. Minha esposa trabalhava à noite e fazia faculdade de dia, e como durante o dia ele já ficava sem fralda, combinei com ele de acordar várias vezes durante a noite para que ele conseguisse fazer o xixi sem precisar dormir de fralda. Eu acordava com ele às 22h, 2h e 4h, até o desfralde ser concluído. Foi um processo tão rápido, com empenho dos dois lados, que em apenas uma semana ele já não usava mais a fralda”.
A conexão entre Fagner e o pequeno Enzo é evidente, e o amor de pai e filho é incontestável. Ao ser questionado sobre o significado da paternidade, o fisioterapeuta diz que é algo difícil de explicar, mas isso só no início, logo depois o profissional da saúde sabe exatamente qual o sentido disto tudo.
“Ser pai é uma resposta difícil de dar, porque no dia a dia você vai tocando, tentando fazer seu melhor. Ao parar para pensar, para mim é sentir um pedaço do seu coração batendo fora do peito, porque você tenta dar o melhor para aquele ser humaninho (sic), para que a vida dele seja mais fácil do que a minha foi e, ao mesmo tempo, você quer entregar para a sociedade uma pessoa melhor, e eu quero que o Enzo seja alguém melhor do que eu sou. É um desafio diário, de tentar ser o melhor todos os dias”, finaliza.
Comunicação Unimed Campo Grande – MS