Tabu ainda é grande quando o assunto é prazer feminino

Tabu ainda é grande quando o assunto é prazer feminino

19 de dezembro de 2024 Off Por Ray Santos
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A desconstrução sobre os tabus do prazer feminino está acontecendo de forma lenta e gradual, dizem especialistas

Foto: Freepik

A sexualidade ainda é um tema cercado de preconceitos, mas quando o assunto envolve o prazer feminino, os tabus são ainda maiores.

Segundo a Associação Brasileira de Estudos em Medicina e Saúde Pessoal (ABEMSS), por receio a tudo que envolve o assunto, muitas mulheres não sabem exatamente o que lhes agrada ou desagrada. 

Como consequência, mais de 50% das mulheres nunca experimentaram um orgasmo, segundo dados da entidade.

Essa conclusão também aparece em pesquisas internacionais e reforça que a questão é ainda maior para mulheres heterossexuais. 

Estudo publicado pela revista The Journal of Sexual Medicine e conduzido por pesquisadores dos Estados Unidos e Canadá mostra que as taxas de orgasmo variam de acordo com gênero, idade e orientação sexual.

Na pesquisa, mulheres heterossexuais relataram ter menos orgasmos do que homens e mulheres lésbicas. 

O tabu faz com que muitas mulheres deixem de viver o prazer, e o conhecimento é o caminho apontado por especialistas da área para reverter essa realidade.

O acesso a conteúdos sobre sexualidade, o uso de acessórios sexuais, como o pênis de silicone, e a liberdade de dialogar sobre o assunto ajudam na descoberta do prazer e na compreensão sobre como se relacionar com o próprio corpo.

Estudos mostram como mulheres enxergam o sexo e o prazer

Ao longo da história, a sexualidade feminina sempre foi reprimida, fazendo com que alguns assuntos sejam considerados proibidos ou vergonhosos.

A ABEMSS informa que a aparência do corpo, a masturbação feminina e outros tópicos relacionados ao sexo e ao prazer feminino são frequentemente evitados pelas mulheres por serem considerados tabus. 

Os resultados dessa repulsa a tudo que envolve a sexualidade é a falta de informação. Uma pesquisa encomendada pelo O Boticário e conduzida pela Think Eva, consultoria que promove soluções para as desigualdades de gênero, revela que 32% das mulheres entrevistadas não sabem o que são áreas erógenas e que 60% não se dedicam o suficiente ao próprio corpo.

Os tabus e os estereótipos com o prazer feminino afetam como as mulheres enxergam o sexo. Um levantamento feito com mais de 2 mil pessoas pelo aplicativo Gleeden identificou que, enquanto  84% dos homens reconhecem que o prazer sexual e o sexo são importantes, entre as mulheres, o percentual é de 63%.

De acordo com o estudo feito pelo O Boticário e a consultoria Think Eva, apenas 12% das entrevistadas escolheram a alternativa “fazer sexo”, quando questionadas sobre momentos que sentem prazer. Para 36% delas, o prazer está associado a se sentir desejada pelo(a) parceiro(a); outras 27% sentem prazer quando fazem uma viagem; já 22% têm a sensação de prazer quando se sentem bem com o próprio corpo; e 21% atribuem prazer a uma boa noite de sono. 

Desconstrução tem sido ‘lenta e gradual’

Em entrevista à imprensa, a fisioterapeuta pélvica, Mônica Lopes, explica que apesar de o prazer feminino ser uma vivência marcada por tabus, há um processo de desconstrução acontecendo, mesmo que lento e gradual.

Outros profissionais que atuam em áreas que exploram a sexualidade também concordam e dão dicas sobre como avançar nesse sentido.

A especialista mexicana em prazer sexual, Fabiola Trejo, afirmou em entrevista para a imprensa que, apesar de ser difícil para muitas mulheres, o caminho é conhecer o próprio corpo. Segundo ela, é fundamental que as mulheres entendam como funciona o prazer do corpo feminino por meio de conteúdos informativos. A especialista destaca a importância de se olhar no espelho e se tocar para despertar sensações e identificá-las. 

A sexóloga espanhola Raquel Graña analisa que usar produtos na hora do sexo pode ajudar na descoberta do prazer.

Em entrevista à imprensa, ela destaca que o uso de lubrificantes é importante para deixar o ato mais confortável.

Quanto ao uso de brinquedos e produtos sexuais, Raquel diz que eles podem ser aliados, mas que cada pessoa deve ficar livre para experimentar o que quiser.

Em lojas de produtos eróticos físicas, é possível encontrar lubrificantes, plugs anais, óleos aromáticos e fantasias que podem ajudar a deixar o sexo mais prazeroso. 

Fabíola destaca ser importante ter uma comunicação ativa com o parceiro.

Mulheres que procuram mais prazer nos seus relacionamentos precisam estar abertas ao diálogo sobre o que gostam, o que sentem vergonha e os seus desejos sexuais.

O hábito de conversar sobre o sexo pode ajudar o casal a criar mais sintonia, e, consequentemente, favorecer o orgasmo. 

Nathani Paiva“Transformar as estruturas sociais  por meio do empreendedorismo e da tecnologia para reescrever  nossos futuros.

Assessoria de Imprensa Jr.
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