Como evitar modismos na hora de contratar benefícios para as empresas?
Rodrigo Caiado

Como evitar modismos na hora de contratar benefícios para as empresas?

24 de outubro de 2024 Off Por Marco Murilo Oliveira
Compartilhar

*Por Rodrigo Caiado

O setor de benefícios nunca mudou tanto quanto nos últimos cinco anos. Com a convivência de diferentes gerações no mercado de trabalho, as mudanças comportamentais provocadas pela pandemia e as alterações recentes da legislação, as transformações têm se acelerado ainda mais. Esse cenário traz aos gestores de RH e empresários uma complexidade adicional na hora de contratar tais serviços.

Encontrar o equilíbrio ideal entre orçamento, expectativas dos colaboradores e soluções de mercado sempre foi um desafio, mas vale ressaltar que esses três pilares são fundamentais para a tomada de decisões eficazes. No entanto, é importante tomar cuidado com o modismo: contratar um benefício apenas porque está na moda pode ser um erro estratégico e, além disso, custar muito caro.

Como alguém que lida com isso diretamente, acredito que o primeiro passo deve ser entender quem são esses colaboradores, suas reais necessidades e, a partir disso, definir os benefícios mais adequados. Nem sempre o que funciona para uma empresa será adequado para outra. Além disso, muito se fala em multibenefícios e cartões bandeirados, mas é essencial prestar atenção ao comportamento de uso dos funcionários e o que realmente desejam.

Embora diversas empresas estejam entrando no mercado com inovações e serviços modernos, os colaboradores, no dia a dia, muitas vezes precisam apenas do essencial. Em alguns casos, as companhias acabam contratando serviços que não estão conectados ao estilo de vida dos seus funcionários, gerando um descompasso entre o que é oferecido e o que realmente agrega valor para eles.

É importante que, ao construir um pacote de benefícios, o básico seja priorizado, como alimentação, refeição e plano de saúde. Esses são pilares que garantem o bem-estar dos times sem desconectar-se das suas necessidades.

Segundo pesquisa recente da Serasa Experian, realizada com 1.500 indivíduos empregados ou em busca de emprego no Brasil, 46,4% dos profissionais afirmam que um rico pacote de benefícios, com planos de saúde, vales alimentação e transporte, é determinante na hora de aceitar ou não uma proposta de emprego. O estudo aponta ainda que o benefício mais valorizado pelos entrevistados é o de saúde (84%), seguido por alimentação (74%) e benefícios financeiros (46%). 

Levando tudo isso em consideração, minha segunda dica é iniciar um programa de implementação de benefícios acessíveis, como adiantamento salarial e convênio – sempre alinhados às necessidades reais dos colaboradores. Essa atenção na escolha dos benefícios não somente garante maior satisfação dos funcionários, como também otimiza os recursos da empresa, sem comprometer o orçamento. Recomendo ainda consultar um especialista em benefícios corporativos ou uma empresa com tradição no mercado, que possa oferecer soluções estratégicas e eficientes.

Por fim, contratar um especialista para ajudar no planejamento e implementação dos benefícios pode fazer toda a diferença. Na maioria dos casos, esse profissional pode oferecer insights valiosos e garantir que o pacote escolhido seja realmente o mais adequado para a companhia e seus colaboradores.

Vale lembrar que com a economia global instável e orçamentos tão apertados, é preciso evitar ao máximo a adoção de benefícios apenas porque estão na moda e viralizados nas redes sociais. O que vai trazer retornos positivos a médio e longo prazo de verdade e posicionar a marca como referência é estudar a empresa, o mercado, a própria equipe e ser estratégico nas escolhas.

*Rodrigo Caiado é Diretor Comercial da Up Brasil, empresa que oferece soluções focadas no bem-estar dos trabalhadores


Compartilhar