Como lidar com uma demissão? 5 pontos para avaliar após a dispensa de um emprego

31 de outubro de 2022 Off Por Ray Santos
Compartilhar

Por Karine Camuci*

Encarar a demissão de um emprego, sobretudo quando ela acontece de forma inesperada, pode ser traumático. É uma ruptura: na rotina, no convívio com outras pessoas, na fonte de renda, nos planos para o futuro. Segundo a ciência, é como se deparar com o processo de luto, no qual existem as fases de choque, negação, revolta, barganha, depressão e, finalmente, superação. Nem todo mundo, claro, percorre os mesmos caminhos.      

No entanto, boa parte dos profissionais surpreendidos por um desligamento questiona o porquê do fato ter ocorrido. Vem o susto, a indignação, a tristeza. Quando o vínculo com a empresa é de longa duração, ou extremamente forte, a pessoa sente como se tivesse sido traída, injustiçada e, em alguns casos, até mesmo rejeitada. Nestas horas é importante entender as circunstâncias e os sentimentos. É legítimo vivenciar o luto, mas não deixar que ele se prolongue.

É preciso, acima de tudo, encarar o momento como uma oportunidade para avaliar aprendizados, equívocos e, principalmente, fazer novos planos: compreender os motivos que levaram à ruptura e começar a se preparar para trilhar novos horizontes. Ao investir em autoconhecimento, renovar os objetivos e estabelecer novas metas profissionais, a motivação certamente virá. 

Como sei disso? Bom, eu enfrentei a minha primeira demissão no início da pandemia de Covid-19: https://horacampinas.com.br/ela-foi-demitida-agora-ajuda-a-arrumar-emprego-a-historia-da-campineira-karine/ Não tive tempo para vivenciar o luto porque, naquele momento, precisava me recolocar no mercado de trabalho rapidamente. Aprendi muito durante o processo. E, abaixo, compartilho os cinco pontos que, na minha avaliação, devem ser considerados logo após a demissão de um emprego. 

#1 – Encare a realidade: não busque culpados e assuma as responsabilidades que lhe couberem. Procure entender as razões que levaram ao desligamento. Foi um corte, por exemplo, derivado de uma crise financeira na empresa? Ou em virtude de um desempenho aquém das expectativas dos superiores? Por mais incômodo que seja, compreender os motivos que levaram à demissão ajudará no seu crescimento profissional – e também no pessoal;  

#2 – Avalie suas finanças: crie uma planilha financeira com base no valor que receberá na sua rescisão contratual de trabalho. Preveja os gastos para os próximos meses e controle-se para não ficar no vermelho. Faça cortes, se necessário. Em contrapartida, procure manter a calma. É importante que a busca por recolocação não se torne uma missão desesperada. Tranquilidade, na medida do possível, é fundamental. Procurar emprego não combina com ansiedade. É uma atividade que envolve paciência. O ideal é encontrar uma vaga que realmente faça sentido para você;  

#3 – Levante-se rápido: volte logo ao jogo. Aproveite o momento para fazer um balanço da sua carreira e também para se atualizar. Busque informações sobre as principais tendências da sua área, aperfeiçoe as suas competências profissionais e, se possível, invista em cursos e outras formas de aprendizado. Atualize o seu currículo e faça uma revisão para que não falte nenhuma informação pertinente. Deixe-o objetivo e atraente para enviar às empresas. Esta também é uma boa oportunidade para atualizar o seu perfil no LinkedIn;   

#4 – (Re)ative o seu networking: uma das formas mais eficazes de conseguir emprego é por meio de indicações. Ou seja: recorra à sua rede de contatos. Avise que você está disponível e aberto a oportunidades. Converse com antigos colegas de trabalho e profissionais da sua área. O LinkedIn é uma ótima ferramenta para isso. Além de interagir, você também poderá se candidatar às vagas. No entanto, para fazer networking é necessário investir em relacionamentos eficazes. A dica é: interagir com outros profissionais, participar de grupos, curtir, comentar e compartilhar publicações. Cultive;    

#5 – Cuide da saúde mental: para driblar a ansiedade da busca por recolocação, pratique atividades que melhoram a saúde da sua mente, como meditação, caminhadas ao ar livre ou qualquer outro exercício físico da sua preferência. Encontre âncoras. Leia os depoimentos e as boas avaliações de desempenho que recebeu no passado. Faça um “caderninho de conquistas. E, conte com pessoas para te apoiar nesta fase. Caso tenha a possibilidade, contrate um especialista para ajudar no seu processo de recolocação profissional.  

Karine Camuci * é fundadora da Você Empregado, consultoria de recolocação profissional com atendimento personalizado: https://voceempregado.com.br/   

Por Higor Gonçalves


Compartilhar