Cresce o número de estudantes com burnout

Cresce o número de estudantes com burnout

7 de dezembro de 2022 Off Por Ray Santos
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Sintomas como esgotamento mental e emocional e desânimo com os estudos têm se tornado frequentes entre os estudantes universitários

Mais de 40% da população brasileira, cerca 40 milhões de pessoas, apresenta sintomas de burnout; é o que afirma a pesquisa da International Stress Management Association (Isma-BR). No mundo, o Brasil ocupa a primeira colocação, na frente de países como Singapura (37%) e Estados Unidos (31%).

Em 2022, a Organização Mundial da Saúde incluiu na Classificação Internacional de Doenças (CID -11) o burnout como um “fenômeno ocupacional”, entendido como o estresse crônico, isto é, o esgotamento físico, emocional e psicológico, provocado pela dedicação ou carga excessiva de trabalho. 

Mas, nos últimos anos, a condição também tem sido observada em outros setores da sociedade, em especial nas universidades. É cada vez maior o número de estudantes que apresentam sintomas de exaustão emocional e física.

As elevadas exigências cognitivas, as cargas horárias elevadas e estressantes, os altos níveis de ansiedade, depressão e estresse entre estudantes, potencializados pela pandemia de Covid-19, estão diretamente relacionados ao desenvolvimento de sintomas compatíveis com a síndrome de burnout. De acordo com levantamento realizado pelo “Global Student Survey”, cerca de 87% dos estudantes brasileiros revelaram apresentar estresse e ansiedade, além de sintomas de exaustão.

A condição, batizada de “burnout” em 1973 pelo  psicanalista alemão Herbert Freudenberger (1926-1999), possui três dimensões: sentimentos de esgotamento de energia; distanciamento mental do trabalho e ceticismo em relação ao seu futuro na profissão; e redução da produtividade. Entre os estudantes, a síndrome ganha forma de exaustão emocional e mental, sentimentos de ineficácia e despersonalização. 

Assim como no mercado de trabalho, a quantidade excessiva de atividades, assim como as pressões colocadas por prazos curtos e a exigência de um bom desempenho, geram a sensação de esgotamento tanto físico quanto psíquico entre os alunos. Como consequência, muitos apresentam desânimo e uma falta de engajamento com os estudos e com o ambiente acadêmico, além do declínio do desempenho acadêmico e da falta de motivação e realização pessoal com os estudos.

A pandemia de Covid-19 e as medidas de isolamento social estão diretamente relacionadas a esse cenário. O ensino remoto e as incertezas em relação ao mercado de trabalho têm influenciado diretamente na saúde mental dos universitários. Ainda segundo o Global Student Survey, sete em cada dez universitários brasileiros (76%) declaram que a pandemia impactou profundamente a saúde mental.

Além do baixo rendimento cognitivo, o estresse crônico, característica do burnout, tem influenciado no surgimento de dores de cabeça frequentes, insônia, baixa autoestima, sintomas depressivos e até mesmo ideações suicidas. 

Como evitar o burnout?

Em primeiro lugar, se já está sofrendo com os sintomas de um burnout, é fundamental procurar apoio profissional. Entrar em contato com profissionais especializados em terapia ocupacional, psicólogos e psiquiatras e investir em tratamentos é essencial para iniciar o processo de recuperação mental e física. 

Além disso, para se recuperar ou evitar o esgotamento emocional, é fundamental adotar uma rotina saudável de vida, com a prática frequente de exercícios físicos, sono regular e uma dieta equilibrada. Também é importante buscar novas estratégias de estudo, investindo em ciclos de estudo curtos, com pausas constantes para descansar, beber água e se alimentar. 

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