Demência e Alzheimer: “a escolaridade é importantíssima, é algo protetor. Exercitar o cérebro é necessário”, diz médica

14 de outubro de 2022 Off Por Ray Santos
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Geriatra explica que família é extremamente importante para todo o processo do paciente

Exercitar o cérebro é importante, já que esse processo ajuda na prevenção dos tipos de demência, como o Alzheimer, por exemplo. Buscar opções que você goste, como música, palavras cruzadas, entre outros, é essencial.

Confira dicas importantes e entenda a relação entre demência e Alzheimer com a Dra. Priscila Takahashi, geriatra da Unimed Campo Grande.

Alzheimer X Demência 

Não são a mesma coisa. Demência engloba todo o grupo de patologias que cursam com esse declínio cognitivo e o Alzheimer é uma dessas doenças, é a mais comum, com uma incidência de 60% a 70% dentro do geral de casos. Vale frisar que dentro deste cesto total, há mais de 100 tipos de demências que comprometem a cognição. 

Outros tipos de demências 

Existem vários outros tipos. Os classificamos como doença de Alzheimer e doenças não Alzheimer. Dentro das não Alzheimer, existem as com causas reversíveis de demência, de quadros de declínio cognitivo por alterações, às vezes,  de TSH (hormônio da tireoide), alteração por algum comprometimento prévio vascular que a pessoa possa ter tido, hidrocefalia, entre outros.

Algo muito importante a se destacar é a necessidade da busca por um médico logo no início. Há um rol de várias doenças que cursam com o comprometimento cognitivo e, dependendo do estágio que estão, se pega em um estágio muito tardio, fica difícil de diferenciar qual a origem. Os quadros das demências acabam sendo muito parecidos, de um determinado ponto para frente, por isso a necessidade do diagnóstico ser feito cedo e assim iniciar um tratamento mais adequado.

Quando surgiu?

Desde o século passado. É possível observar que o perfil demográfico epidemiológico antes era diferente, as pessoas não chegavam a viver tanto, por isso observávamos com uma incidência menor.

O declínio cognitivo é esperado dentro do espectro do envelhecimento, mas não compromete a capacidade da pessoa se autogerir, de se cuidar sozinha, diferente das patologias, que fazem com que esse declínio seja mais acentuado e dê um prejuízo funcional.

O que é declínio cognitivo?

Quando a pessoa está em uma idade mais avançada e já não consegue ter aquele desempenho nas atividades do dia a dia de uma forma tão capaz quanto antes, a primeira coisa que normalmente se faz é associar isto com uma alteração normal do envelhecimento. Não está errado. Enquanto declinamos com a idade, natural e não patológico, começamos a perceber que para coisas mais complexas já existe um prejuízo, mas não algo que prejudique o funcionamento do dia a dia e nem dependente de outras pessoas.

Porém, quando lidamos com processo de doença, principalmente quando há um avanço dela, é possível perceber que já não é mais um declínio inocente, mas sim algo que não há percepção por parte do paciente.  

Qual o alerta para família?

Os sinais de alarme mais comuns são:

– Perda de memória recente

– Capacidade de aprendizado que vai ficando mais difícil e para coisas relativamente simples

– Dificuldade de planejamento e gerenciamento de tarefas diárias

– Começa a se envolver em pequenos acidentes

– Desorientação temporal e espacial, de execução de movimentos

– Alterações de humor e personalidade repentinas

Observados os sinais, é necessário buscar ajuda médica de imediato para uma avaliação adequada.

Idade

Existem duas formas de manifestação da doença:

Esporádica

Senil, que é a maior parte, cerca de 90% dos casos, e acomete a população geriátrica, acima de 65 anos.

Início precoce

Uma manifestação mais rara. Em torno de 5% a 10% dos casos e incide em uma população mais jovem, em volta dos 50 anos, podendo atingir também pessoas mais jovens que isso. Esta manifestação difere do Alzheimer, pois tem uma incidência ligada à genética.

Diagnóstico

O diagnóstico é clínico, de exclusão. Não existe um marcador específico para fazer um exame e descobrir que tem Alzheimer. É um processo, um conjunto de procedimentos com o paciente e com as pessoas que convivem com ele.  

Fatores de risco

O fator principal é a idade. O fato de vivermos mais nos torna mais predispostos a estas doenças, mas também não quer dizer que porque eu vivo mais, obrigatoriamente vou ter a doença.

É importante atentar-se:

– Hábitos de vida

– Controle de doenças cardiovasculares

– Obesidade

– Diabetes

– Acidentes, no geral

– Traumatismos cranianos, principalmente de repetição

– Tabagismo

– Escolaridade. Este ponto é muito importante, pois é protetor

Exercitar o cérebro

A escolaridade é importantíssima, é algo protetor. É possível, inclusive, retardar o aparecimento da doença. Música, palavra cruzada, leitura, enfim, exercitar o cérebro, são importantes aliados.

Tem cura?

Não! É uma doença neurodegenerativa irreversível, que ocorre, ao longo do temo, uma piora. Porém, há tratamento visando o controle da doença e mantendo uma qualidade de vida para o paciente e seus familiares.  

Para saber mais sobre o assunto acompanhe o DEMÊNCIA E ALZHEIMER: ENTENDA A DIFERENÇA do podcast Cuidar de Você, da Unimed Campo Grande. Basta acessar o Spotify (https://bit.ly/PodcastUnimedCG) e o Youtube (https://bit.ly/PodcastUnimedCGYoutube).     

Comunicação Unimed Campo Grande – MS


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