Médico especialista e a ex-paquita Tatiana Maranhão falam sobre dieta e Lipedema

16 de novembro de 2022 Off Por Ray Santos
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  • O que consumir para evitar a piora da inflamação no corpo? Exercícios físicos ajudam?
  • A jornalista e ex-paquita, Tatiana Maranhão, que prepara uma live nesta segunda com um dos pioneiros em Lipedema no país, dr. Fábio Kamamoto, revela que o peso nas pernas, inchaço nos pés, hematomas, e, principalmente, os nódulos de gordura na perna e joelho que não saem com dieta, tratamento estético a laser, ginástica ou afins, são os piores sintomas para quem sofre com a doença
  • Para as portadoras desta patologia, que atinge cerca de 10% das mulheres em todo o mundo, não existe vida com qualidade sem exercícios e uma alimentação controlada

O poder da dieta anti-inflamatória

Quando a mulher com Lipedema faz dieta, ela não perde peso nos membros que estão com acúmulo de gordura. Esta é a principal diferença para quem não tem a doença, que por meio de exercícios contínuos consegue emagrecer. No entanto, o tratamento clínico para as portadoras do Lipedema, que engloba não só o controle hormonal e a fisioterapia como também o controle da inflamação do corpo, tem como objetivo retardar a progressão da doença. E um dos pilares fundamentais deste tratamento é a alimentação. 

O nível de gordura que uma mulher com Lipedema tem no corpo está relacionado com o nível de sua inflamação interna e, por consequência, na piora dos sintomas da doença. “Não é à toa que o Lipedema é comumente chamado de síndrome da gordura dolorosa. É porque é uma doença da gordura, que está muito inflamada, e dói muito mesmo. Fora o peso, experimente colocar 3kg daqueles de academia em cada perna. É este desconforto diário mais a dor do toque que a mulher com Lipedema sente”, avalia dr. Kamamoto.

O objetivo da dieta anti-inflamatória é a diminuição da dor, do desconforto e da sensação de peso nas pernas. Estes são os primeiros sinais satisfatórios do tratamento. O acompanhamento clínico pode evitar a progressão acelerada da doença e proporcionar mais qualidade de vida para estas mulheres. 

“Comer bem sempre foi uma paixão para mim. Se tivesse tido o diagnóstico de Lipedema na adolescência, certamente minha vida teria sido outra. Fui educada a ter uma alimentação saudável desde pequena pelo meus pais. Sou obstinada e tenho certeza de que melhorar a alimentação, deixá-la mais direcionada para a minha condição não será um problema. Nada como o equilíbrio para se ter um resultado perene. Cortar excessos em prol de um desejo maior não é um problema e sim uma solução!”, finaliza Tatiana.

O que consumir?

A dieta anti-inflamatória é rica em nutrientes, composta de verduras, legumes, leguminosas como feijão, ervilha, lentilha; tubérculos como mandioca, batata, cenoura, gengibre; raízes e rizomas; ervas e especiarias (condimentos naturais); gorduras boas como abacate, azeite; oleaginosas como as nuts; grãos e sementes como chia, girassol, linhaça. “Importante dizer que para seguir uma dieta anti-inflamatória não pode consumir sódio, glúten ou bebidas alcóolicas. E tomar água é fundamental, já que é um dos ingredientes essenciais para desinflamar o corpo de dentro para fora”, comenta dr. Kamamoto.

Para que praticar exercícios se não vou emagrecer?

Para quem tem Lipedema a prática de atividade física regular atua de uma forma diferente: ela melhora do fluxo sanguíneo e linfático. Por isso, recomenda-se exercícios de baixo impacto como natação, caminhada, alongamento, pilates, yoga e bicicleta. “São excelentes opções para também fortalecer os músculos, manter o corpo em movimento e gerar estímulo para o metabolismo funcionar bem”, finaliza dr. Kamamoto.

(Crédito fotos: Instituto Lipedema Brasil)

Sobre o Instituto Lipedema Brasil

O Instituto Lipedema Brasil (www.institutolipedemabrasil.com.br) é o primeiro centro de referência de Lipedema no país, criado para compartilhar informações, apresentar a doença para a sociedade e mobilizar milhões de mulheres. É o primeiro no país a dedicar estudos, pesquisas e ensino à população e aos profissionais de saúde. Criado e dirigido pelo dr. Fábio Kamamoto desde 2021, o Instituto Lipedema Brasil foi pensado para unir três pilares importantes dessa mudança: Transformação social, Educação e Pesquisa. Por meio de uma campanha no Youtube e no Instagram, o Instituto luta pela democratização do acesso ao tratamento da doença no país, como já acontece em outros países como os Estados Unidos. Atualmente, a campanha conta com mais de 18 mil assinaturas.

SOBRE O DR. FÁBIO KAMAMOTO – Diretor do Instituto Lipedema Brasil e idealizador da ONG Movimento Lipedema (https://movimentolipedema.org). Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, especialista em Cirurgia Plástica pelo Hospital das Clínicas da FMUSP, com mestrado e doutorado pela USP e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. É um dos poucos especialistas no tratamento cirúrgico do Lipedema no Brasil.


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