O que impede as mulheres de ocupar espaço de destaque nas lideranças empresariais? 

O que impede as mulheres de ocupar espaço de destaque nas lideranças empresariais? 

31 de julho de 2023 Off Por Marco Murilo Oliveira
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Mulheres bem-sucedidas em suas carreiras, como é o caso de Sheryl Sandberg, COO do Facebook, têm muito a dizer sobre o assunto

“Estar na liderança pode suprimir o lado mais sensível de nós mulheres”, Magaly Lamounier, Diretora Comercial na Plano Consultoria.

Existe uma lacuna entre a percepção que muitas pessoas têm sobre as mulheres estarem mais presentes em posições de liderança e o que os dados revelam. 

A pesquisa global feita pelo IBM (Institute for Business Value), realizada a cada dois anos, avalia as oportunidades e barreiras para o avanço das mulheres no trabalho. Em 2023, houve a participação de 2.500 profissionais  no estudo:

Igualdade parece cada vez mais próxima, mas não é bem isso que se vê – os fatos confrontam a percepção sobre a equidade de gêneros, mostrando que não existem mulheres o suficiente  nas camadas intermediárias nas organizações;

Barreiras estruturais destrutivas são invisíveis – existem preconceitos “velados” no ambiente de trabalho, ditando comportamentos de acordo com o gênero, como: homens à frente dos resultados e mulheres voltadas às pessoas;

Organizações não estão fazendo tanto quanto deveriam para mudar esse cenário – No geral, poucas empresas atribuem o seu crescimento à necessidade de atrair e reter os melhores talentos femininos. 

É preciso mais e o melhor caminho é ouvir o que elas têm a dizer. Magaly Lamounier de Jesus, Diretora Comercial na Plano Consultoria Empresarial, acredita que o maior desafio de estar na liderança sendo uma mulher é conservar o feminino que existe dentro de si. 

A profissional conta que na posição de liderança, está sempre olhando para metas, cobrando resultados efetivos e, de alguma maneira, tentando ser vista sempre como uma excelente profissional, capaz de lidar com todas as adversidades do dia a dia.

“Nessa busca, muitas vezes criamos uma armadura de defesa que, de certa forma, suprime o lado mais sensível em nossa personalidade”, acrescenta.

Magaly destaca a importância de que as mulheres se cerquem de ferramentas que as ajudem a lidar com esses desafios, por meio de terapias, dinâmicas corporais e aprimorando a comunicação não violenta, em busca de ser mais empática no trato com o outro.
 

Mulheres, ocupem cada vez mais posições de liderança, sendo quem são em toda a sua pluralidade

Segundo pesquisa realizada pela Grant Thornton, as mulheres ocupavam 38% dos cargos de liderança no Brasil em 2022, percentual superior ao dado de 2019 (25%).

Algumas das mulheres mais bem-sucedidas em posições de liderança, têm muito a dizer sobre esse assunto, como é o caso da COO (Chefe de Operações) do Facebook, Sheryl Sandberg, que acredita que as mulheres resistem a cargos de liderança devido ao sentimento de inadequação.

Em muitos momentos, Sheryl sentiu-se culpada por deixar seu filho na creche para ir trabalhar. Você provavelmente já deve ter enfrentado o mesmo na batalha de conciliar sua carreira com a maternidade.

A CEO da BIG (Bjarke Ingels Group), Sheela Søgaard, diz que ser mulher é estar vulnerável a problemas pessoais específicos e que as mulheres, além de darem o seu melhor no escritório e em todos os empreendimentos em que se dedicam, ainda conseguem conciliar a tarefa mais difícil, a maternidade.

Muitas mulheres já devem ter se deparado com o questionamento: carreira ou maternidade? Como se não fosse possível conciliar esses e tantos outros papéis que queiram desempenhar na sociedade.
 

É preciso vivenciar a diversidade na prática

Relatório publicado pela comunidade de liderança TheLi.st., da agência criativa Berlin Cameron e da empresa de pesquisa, Benenson Strategy, mostrou que 60% das mulheres na liderança disseram sentir solidão ou isolamento à medida que suas carreiras progrediam.

Ann Shoket, CEO da TheLi.st., acredita que as mulheres têm se sentido tremendamente desamparadas, sem o apoio que deveriam ter nos lugares onde ocupam cargos de liderança.

Na Plano, é vivenciada a cultura da diversidade, que inclui uma maior participação das mulheres: na consultoria, à frente de projetos, liderando operações, na área de comunicação, entre tantas outras, tendo voz e podendo ser quem são, assumindo os papéis que desejam.

É preciso mais mulheres nos conselhos de administração das organizações, em todos os segmentos e portes de negócio, com voz ativa em organizações públicas e privadas. 

Mas, além disso, a diversidade quanto à maior participação feminina precisa deixar de fazer parte dos discursos e se tornar uma prática.

“Me inspiro em toda mulher que cruza o meu caminho de alguma forma, pelo simples fato de saber que ali dentro, tem uma guerreira que está sempre lidando com o mix de emoção, razão e muito amor”, conclui Magaly.

Enquanto organização, temos a consciência de que ainda temos muito o que melhorar e aprender através das experiências que geramos, tornando o contexto e desafios enfrentados, justos às mulheres e também à diversidade que há entre elas. 

Libere a sua sensibilidade, pois trazer mais mulheres ao contexto de liderança não é só cumprir com o protocolo e gerar status quo para a empresa, mas para crescimento e aprendizado que podemos ter com cada uma de vocês. 

É na sua sensibilidade que está o seu poder. 

Quais mulheres te inspiram em sua jornada? Quais são os seus sonhos e projetos e por que tem hesitado em relação a eles? Quais os principais desafios que enfrenta em sua carreira?

Por Magaly Lamounier de Jesus

Daiana Barasa 


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