Policiais Penais realizam assembleia na quarta-feira para decidir os próximos passos da manifestação. VÍDEO
10 de dezembro de 2024seg,9 dezembro , 2024 21:52
Nesta segunda-feira (09) terminou o prazo dado por Policiais Penais ao governo de MS, para que se manifeste quanto ás exigências da categoria, que busca regulamentação da carreira, equiparação salarial com outras forças de segurança, aumento do efetivo e melhores condições de trabalho.
As manifestações iniciaram no dia 04 deste mês, data de celebração do Dia do Policial Penal. Os servidores se uniram na frente das unidades penais de vários municípios, inclusive Três Lagoas.
No sábado (07), a manifestação ocorreu na porta de entrada da Feira Turística de Três Lagoas, com entrega de material impresso falando sobre a realidade da categoria e balões com as cores do sistema prisional do estado (amarela e preta).
Durante o ato nossa equipe ouviu os seguintes relatos:
“Nós fazemos serviços além de nossas obrigações e, isto é muito estressante”
“O Estado se acostumou com o ‘quebra galho’ dos Policiais Penais, ou seja, abraçamos tudo, e agora chega, queremos a devida valorização que merecemos”
“Estamos pedindo somente a oportunidade de sentar na mesa e participar de negociação com o governador Eduardo Riedel, ele precisa nos ouvir”
“Não estamos fazendo greve, estamos comunicando que não vamos fazer mais hora extra, pois estamos trabalhando no limite”
Foi decidido em assembleia no começo do mês que os policiais não vão fazer horas extras, decisão que está repercutindo em todo o estado, visto problemas relatados na visita deste final de semana e, pode comprometer a aplicação do Enem dos internos e internas, agendado para esta terça e quarta-feira (10 e 11).
Segundo os Policiais Penais, eles buscam a regulamentação da categoria, a valorização salarial; Redução de classes e níveis; Integralidade e paridade; Reenquadramento; Promoção automática e Uniformes de trabalho.
O Sindicato da categoria (Sinsapp/MS), afirma que os profissionais aguardam o retorno do governo sobre as reivindicações “Nós não estamos em greve, somente não fazemos hora extra, isto é legal e foi decisão individual.
Aguardamos até o final do dia e não obtivemos retorno, então vamos nos reunir novamente em assembleia para decidir os próximos passos de nossa manifestação” palavras do presidente do Sindicato André Santiago.
A assembleia será na capital nesta quarta-feira (11)
André Santiago (Foto: Marcos Ermínio)
Ainda conforme o Sindicato, atualmente 1.800 servidores são responsáveis por 20 mil presos, quando o ideal é cinco presos para cada colaborador, conforme preconiza o CNPCP (Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária), ou seja, é necessário o mínimo de 4 mil policiais penais.
“A Polícia Penal foi criada em 2019, sendo responsabilidade de cada estado a devida regulamentação, mas no MS ainda não existe a referida regulamentação. Nossa proposta está nas mãos do governo há dois anos, mas não temos nenhuma resposta. Neste final de ano o governo apresentou calendário e alguns pontos, que não foram aceitos pela categoria” disse o presidente.
“Na assembleia de quarta-feira vamos decidir o futuro de nosso movimento, pois a atual situação não pode continuar, estamos trabalhando além do limite e, acredite, para cumprir nossas obrigações, até os uniformes temos que comprar” relata o Policial Penal Jehu Júnior, membro do Conselho Fiscal do Sindicato.