Produtor cultural deixa carreira para se tornar caprinocultor em Brumadinho
19 de agosto de 2023Com criatividade e muito trabalho, ele desenvolveu um pão de queijo à base de leite de cabra que hoje está disponível em uma das maiores redes de supermercados de Belo Horizonte
O começo dessa história de sucesso foi há quase 20 anos, quando Ramon Fiuza, de Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, decidiu desacelerar a sua vida. Naquela época, ele trabalhava como produtor cultural e empresário gastronômico. Nomes como Fernando Brant, Milton Nascimento, Wagner Tiso, Toninho Horta e diversos outros músicos e compositores eram companheiros de estrada.
Em 2014, ele começou a trabalhar com cabras, se apaixonou pela atividade e não parou mais. Mas foi em 2019, quando tinha cerca de 30 animais, que iniciou sua participação no Projeto SuperAção, logo após o rompimento da barragem B1 da mina Córrego do Feijão, cujo objetivo era prestar apoio e assistência técnica aos impactados pela tragédia.
Com criatividade e muito trabalho, o caprinocultor desenvolveu um produto inovador: o pão de queijo à base de leite de cabra. Hoje, o produto da Chèvrèmon, empresa da qual Fiuza é proprietário, está disponível em uma das maiores redes de supermercados de Belo Horizonte.
As cabras
Atualmente, o plantel é de 80 animais, sendo 30 matrizes adultas com média anual de produção de 50 litros por dia. Até o fim deste ano, mais 30 fêmeas devem entrar em lactação, o que deve aumentar bastante a produção de leite.
Camila, Samira, Alice, Eda e Soneca são os nomes de algumas cabras e “todas elas atendem aos chamados”, contou Ramon. Ele desenvolveu uma estratégia criativa de apadrinhamento para os caprinos. Amigos e conhecidos, ao nascer uma nova cabrinha, viram padrinhos e contribuem financeiramente para a manutenção do animal. Em troca, recebem mensalmente produtos da Chèvrèmon.
Produção
Para manter o fornecimento em dia para o supermercado Verdemar, ele mantém meia tonelada de queijo de cabra em estoque, além da produção diária de leite de cerca de 50 litros. A expectativa é que, com as novas matrizes entrando em lactação, a produção cresça.
Ramon também abre o aprisco para experiências e vivências. Lá, ele recebe clientes e fala sobre o manejo e, no fim, coloca os seus produtos para a degustação dos clientes.
Fernanda Martins Teixeira
Analista jornalista
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