Thymos Energia analisa mercado varejista do Texas e indica necessidade de ajustes para abertura total no setor elétrico no Brasil

     Consultoria apresentou um white paper com as reflexões obtidas na Missão Texas, organizada pela Abraceel, no 15° Encontro Anual do Mercado Livre.

Foto: arquivo

·         Medidas incluem não ampliar contratos legados, enquanto novas tecnologias e o agente comercializador varejista podem criar um ambiente de comercialização mais moderno e democrático.

O Brasil pode se inspirar no mercado de comercialização de energia no varejo do Texas (EUA) para avançar nesta modalidade no País.

Entre os insights destacam-se a urgência da abertura e a necessidade de endereçar o quanto antes uma solução para os contratos legados, o incentivo às novas tecnologias e a adoção do comercializador varejista.

Esses apontamentos fazem parte da análise da Thymos Energia, uma das maiores consultorias de negócios do País especializada no setor de energia, que participou recentemente da Missão Texas, organizada pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel). As reflexões sobre a visita ao estado americano estão reunidas em um white paper inédito, que traz lições para o setor elétrico brasileiro e foi divulgado nesta quinta-feira (30/11), durante o 15° Encontro Anual do Mercado Livre.

Um ponto de atenção destacado no estudo é que a solução para os contratos legados demanda uma estratégia de longo prazo. Por essa razão, a Thymos Energia entende ser recomendável agilizar a abertura total e evitar novos acordos com características direcionadas ao mercado regulado, bem como priorizar a criação de uma estratégia para compensar esses contratos já firmados.

No Texas, um encargo de transição ainda é cobrado, mesmo após 20 anos de abertura total do mercado de energia. “Isso evidencia a importância de endereçar a questão dos contratos legados das distribuidoras o mais breve possível no Brasil, para que não tenhamos aqui um encargo tão duradouro”, avalia Alexandre Viana, COO da Thymos Energia. 

Como exemplo positivo, a consultoria aponta um conjunto de ações voltado à modernização de sistemas e atualização tecnológica realizado no Texas de 2000 a 2005.

“Graças a esse arcabouço tecnológico, hoje os consumidores residenciais e pequenos comércios podem trocar de fornecedor de eletricidade e os agentes de mercado de energia texano têm a oportunidade negociarem uma série de produtos”, diz Viana.

Nesse sentido, a Thymos recomenda o estabelecimento de um programa de longo prazo para identificação dos requisitos necessários para a abertura dos dados, modernização da rede elétrica, sistemas computacionais, roll out de smart meters e a implantação de plataformas digitais pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ou pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Outro aspecto para servir de inspiração é o fato de o mercado de energia do Texas ser um verdadeiro “laboratório” para ilustrar como os comercializadores varejistas podem oferecer soluções aos operadores, contribuindo para confiabilidade de abastecimento elétrico e a liquidez do mercado.

“Esse tipo de agente pode montar operações com grandes consumidores industriais e agregadores, combinando mudança do perfil de consumo e atuação de baterias na formação de preço ou prestando serviços auxiliares e condições de exclusividade de fornecimento.

Assim, propõe-se o amadurecimento das possibilidades que envolvem a atuação do comercializador varejista para futuro ajuste de regulação”, conclui.

Acesse o link para obter o conteúdo completo do white paper Competição Varejista no Texas ou entre no site thymosenergia.com.br.

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