Tíquete médio do Microcrédito Produtivo Orientado aumenta 38,5% após a pandemia

Tíquete médio do Microcrédito Produtivo Orientado aumenta 38,5% após a pandemia

24 de julho de 2023 Off Por Marco Murilo Oliveira
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Estudo do CEAPE Brasil mostra crescimento da modalidade no público jovem e avanço para o setor de serviços

O microcrédito produtivo orientado tem se tornado uma alternativa cada vez mais atrativa como forma de financiamento ao empreendedorismo para o público jovem. Além disso, o tíquete médio solicitado aumentou de forma significativa nos últimos anos, enquanto o produto se desloca do comércio para o setor de serviços. Estas são algumas das principais constatações de um estudo feito pelo Centro de Apoio aos Pequenos Empreendimentos (CEAPE Brasil) junto à sua carteira de clientes. A instituição detectou um aumento de 38,5% no valor requisitado pelos clientes entre o primeiro semestre de 2019 e o mesmo período deste ano. No ano anterior ao surgimento da pandemia, a média dos pedidos variava em torno de R$ 4.811,97. Já nos seis primeiros meses de 2023 este valor médio saltou para R$ 6.667,79.

No que se refere ao tipo de uso ao qual se destina o empréstimo, o estudo mapeou uma queda de preferência para o setor de comércio em movimento inverso ao detectado em relação ao segmento de serviços. Em 2016, 86% dos pedidos tinham como objetivo subsidiar iniciativas voltadas ao comércio. No ano de 2029 este percentual baixou para 84% e em 2023 voltou a ser reduzido para 82%. Na direção contrária, os projetos relacionados à prestação de serviços viram sua participação crescer de apenas 2% em 2016 para 6% três anos depois e alcançou 8% neste ano.

“A combinação do aumento dos valores solicitados com o crescimento do setor de serviços parece refletir um amadurecimento do público com relação às possibilidades oferecidas pelo produto. Uma conclusão possível é a de que as pessoas estão começando a avaliar o microcrédito produtivo não mais apenas como um suporte para vender algo, mas sim como uma ferramenta para desenvolver um projeto de longo prazo com perspectivas de crescimento sustentável”. afirma a Diretora Executiva do CEAPE Brasil, Claudia Cisneiros.

A pesquisa detectou também um movimento significativo que projeta uma tendência de mudança na faixa etária dos clientes que recorrem a este tipo de recurso. Segundo o levantamento, o grupo de pessoas compreendidas entre as idades de 23 a 27 anos foi o que registrou um maior crescimento proporcional ao longo dos últimos anos. Em 2016, este público correspondia a apenas 1% dos contratos. Três anos depois já acumulava 5% e no primeiro semestre de 2023 foi constatado um total de 6% dos pedidos. O segundo maior crescimento proporcional também aponta na direção do rejuvenescimento da carteira de clientes. O público compreendido entre 28 e 32 anos, respondia por 5% da carteira em 2016. Em 2019 chegou a 8% e neste ano já é responsável por 9% dos pedidos.Enquanto isso, os clientes entre 73 e 100 anos foram reduzidos de 7% para 2% e os de 68 a 72 anos de 6% para 3% no mesmo intervalo de tempo. 

“Acreditamos que as dificuldades impostas pela pandemia levaram a uma busca por alternativas diferentes de geração de emprego e renda. Neste sentido, os jovens vislumbraram no microcrédito produtivo uma alternativa para tirar ideias do papel. Uma vez que esses projetos começaram a ter sucesso, o produto passou a figurar cada vez mais fortemente como aliado para todos os momentos”, diz.   A pesquisa foi aplicada junto a uma base de 26 mil clientes do CEAPE Brasil espalhados pelos Estados do Maranhão, Tocantins, Pará e São Paulo. 

Sobre o CEAPE BrasilCriado em 1989 como uma iniciativa da UNICEF, o CEAPE Brasil atende a homens e mulheres, por meio da metodologia do microcrédito produtivo orientado, como estratégia de combate à pobreza e melhoria de qualidade de vida das pessoas. Com agências espalhadas pelos estados do Maranhão, Pará, Tocantins e São Paulo, o CEAPE Brasil conta com 26 mil clientes ativos e já ajudou mais de 1 milhão e 600 mil empreendedores informais. A entidade tem 290 colaboradores, sendo que 60% são assessores de crédito, aqueles que visitam os tomadores para saberem as condições e avaliarem os riscos envolvidos. O tíquete médio de empréstimo é de R$ 5,3 mil e 62% das pessoas beneficiadas são mulheres. Para saber mais acesse: https://ceapebrasil.org.br/index.php#
Por Compliance Comunicação – Ana Borges

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