SmartCoop democratiza acesso à agricultura 4.0 e projeta aumento da assistência no campo

29 de agosto de 2022 Off Por Ray Santos
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A ferramenta SmartCoop está democratizando o acesso à tecnologia nas lavouras gaúchas. Por meio de aplicativo implementado por cooperativas ligadas à Federação das Cooperativas Agropecuárias do RS (Fecoagro), pequenas propriedades rurais passaram a dispor, gratuitamente, do mesmo pacote tecnológico de ponta utilizado, até então, apenas por grandes empreendimentos. “O que vimos foi a democratização da agricultura 4.0, que antes estava restrita a poucos “, pontuou o membro executivo do Conselho Gestor da SmartCoop Guillermo Dawson Junior. Os avanços do projeto e os rumos tecnológicos no caminho do agronegócio brasileiro serão temas da 2ª Jornada RTC, evento que ocorrerá em Gramado (RS), de 14 a 16 de setembro, e está com inscrições abertas nesta Expointer.

Atualmente, a SmartCoop está em uso por mais de 6 mil usuários, o que inclui um time de 800 técnicos e mais de 5 mil produtores, sendo que 70% destes têm área inferior a 100 hectares. “São famílias que, sem a plataforma, não conseguiriam acessar esse grau de inclusão digital, detalhamento de informação e eficiência de gestão. Quanto mais o produtor abraça esse projeto, verificamos mais inclusão e mais competitividade”, acrescenta Dawson Junior. 
Apesar de ainda ter muito a crescer, a nova plataforma já é a maior em número de usuários em operação no país, acima de outras que estão há bem mais tempo no mercado. “Isso se deve à capilaridade das cooperativas que integram nossa base e à qualidade das informações disponíveis na SmartCoop”, justifica. 
Realidade que vem trazendo benefícios diretos à produção de Tiago João Antonello, cooperado da Cotripal. Ao lado do pai, ele gerencia a Agro Antonello, propriedade de 150 hectares em Bozano (RS), onde cultiva soja, milho, trigo e aveia. “A ferramenta coloca a cooperativa na palma da nossa mão. Conseguimos avaliar o saldo de produtos, situação de preços, além de dados técnicos como previsão do tempo e quantidade de chuva”. Depois de ter incorporado a ferramenta à rotina comercial, ele garante que, em breve, irá migrar os cadernos de campo de papel onde armazena as informações de assistência para o aplicativo. “A ferramenta nos traz mais agilidade para a tomada de decisões”, garante.
A SmartCoop integra um mix de serviços que inclui 45 estações de previsão meteorológicas, dados de velocidade dos ventos e umidade relativa do ar, além da análise da situação da propriedade por imagens de satélite talhão a talhão. Por meio do aplicativo, também é possível negociar a própria safra e locar ou vender máquinas e implementos.

Um ano depois de seu lançamento, a ferramenta também é vista como chave para aumentar o acesso à assistência técnica nas lavouras gaúchas, uma vez que viabiliza o controle de pragas e invasoras à distância. “Imagine quanto custa a presença de um técnico em uma propriedade distante, considerando uso de veículo, combustível e telefone. Agora, pense que na SmartCoop o técnico está sempre junto do produtor sem estar lá”, explica Dawson Junior.

Time alinhado

Outro usuário que aderiu à SmartCoop e que vem colhendo resultados é o produtor Estanislau Bertoldo de Quevedo, de Júlio de Castilhos (RS). Cooperado da Cotrijuc, tem 1.100 hectares de lavouras em Cacequi e São Gabriel, onde cultiva soja, trigo, milho, aveia, ervilhaca e nabo. O principal ganho da ferramenta, adianta ele, é que ela permite visualizar a propriedade de forma digital, avaliando a fertilidade em cada pequeno trecho de lavoura e permitindo uma padronização de informação entre os integrantes da equipe de trabalho.

Ele instalou o aplicativo no celular e recomendou o mesmo ao gerente das lavouras e aos técnicos que operam na área. “Agora, estamos todos alinhados. Uma vez que alguém coloca uma informação no sistema, ele apresenta as previsões climáticas e orienta sobre o melhor manejo em cada talhão. É uma ferramenta gerencial muito importante”, disse confiante que, em dois a três anos, os usuários da SmartCoop já conseguirão mensurar os primeiros resultados de seu uso na produtividade por hectare. Além disso, explica que está armazenando o histórico de safras dentro do sistema e que trocou medidores manuais de umidade e velocidade de vento pelas ferramentas internas da SmartCoop, bem mais precisas e completas, garante ele.

Ao longo dos primeiros 12 meses de uso, a Smartcoop recebeu 36 atualizações, uma prova de que é uma plataforma em constante aprimoramento. Entre elas estão modelos de predição de doenças como a ferrugem da soja e indicação de aumento de cigarrinha do milho. Mesmo assim, o coordenador afirma que ainda é cedo para estimar um ganho econômico aos usuários tendo em vista que os dados armazenados são de apenas uma safra. No entanto, confia em avanços consistentes já no médio prazo por meio da integração, inclusive, com outras plataformas de grandes empresas privadas. “Em um novo mundo, vamos ter que ver essas plataformas conversarem porque todos estamos do mesmo lado: o do produtor”, prevê.

Crédito da foto: Leticia Szczesny

Jardine Agência Com,.


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